No entanto, com o decorrer do tempo e após as
leituras realizadas, os debates nos fóruns e as ações presenciais, acabo por
concluir que o mesmo define, na íntegra, aquilo que se pretende: levar os
docentes a “abrir novos horizontes” e colocar as plataformas digitais ao serviço
de todos. Para que isso aconteça, é necessário conhecê-las e trabalhá-las,
procurando a que melhor se ajusta ao perfil e à faixa etária dos alunos que
temos em sala de aula e dos objetivos que pretendemos atingir. Planificar e
organizar o trabalho nesse sentido é sem dúvida um desafio, pois estamos (estou) ainda
longe do domínio dessas novas tecnologias.
Referi no
primeiro fórum, citando Ariana Cosme, “Não se aprende sozinho, aprende-se com
os outros”. Por acreditar que assim seja, estou aberta a novas aprendizagens e experiências
conjuntas, numa procura de soluções diferenciadas para a heterogeneidade social
e cultural existente na escola onde lecciono, na sala de aula onde aplico a
diferenciação pedagógica e onde procuro responder ao perfil do aluno, de base
humanista que se pretende, incentivando à partilha, à qualidade e igualdade.
A utilização das
plataformas digitais no ensino leva-me a formular várias questões, como por
exemplo: estará o professor preparado para responder, atempadamente, aos seus
alunos, reformulando, reorganizando, redirecionando o trabalho de forma clara e
objectiva, a fim de chegar àquilo que pretende alcançar? Como vamos avaliar os
nossos alunos através de um (novo) conjunto de competências que não poderão ser
avaliadas na avaliação formal? O “Perfil dos alunos à saída da escolaridade
obrigatória” já nos indica alguns caminhos, no entanto os mesmos ainda não
estão claros o suficiente para que exista uma avaliação objectiva e justa.
Ariana Cosme apresenta-nos no
seu livro “Autonomia e Flexibilidade Curricular” (página 89), um quadro referencial
da avaliação e refere que este tema é motivo
de uma reflexão urgente. É certo que não podemos romper com as avaliações
da forma tradicional que conhecemos, pois haverá sempre um conjunto de
competências que são susceptíveis de ser avaliadas por testes, mas não o
trabalho colaborativo realizado nas plataformas digitais.
É do senso comum que a evolução
tecnológica e a Internet vieram impulsionar o nascimento de novos paradigmas,
modelos, processos de comunicação educacional e novos cenários de aprendizagem.
Torna-se assim imperativo acompanhar
esses “novos cenários”, permitindo aos nossos alunos experienciar uma outra
forma de aprender, em que sejam eles os principais atores desse processo, com o
professor como orientador das suas aprendizagens. Se o conseguirmos com a ajuda
das plataformas digitais, será certamente uma conquista e uma mais valia para
todos nós, professores e alunos.